Lilith, a divindade e o poder da mulher original.
Índice de leitura
- A mitologia de Lilith
- Aspectos positivos do arquétipo de Lilith
- Aspectos negativos do arquétipo de Lilith
- Arquétipo, entidade ou Deusa?
- Como ativar Lilith
- Como desativar Lilth
- Símbolos de Lilith
- Uma conclusão resumida: Isso não é sobre sexo
- Lilith e a Lua: a pintura
- Notas de rodapé
A mitologia de Lilith
Lilith pode ser considerada a predecessora do feminismo. Ela é a mulher original criada juntamente com Adão e teria sido a metade do ser humano original, um ser inteiro formado pelo aspecto feminino e masculino num encaixe complementar perfeito como representa o símbolo yin-yang.
Ao cansar-se de ser subjugada, Lilith diz a Adão que não aceita mais ser submissa às suas vontades.
A mitologia diz que Adão só aceita realizar o coito sexual em imitação aos animais, onde o macho fica acima da fêmea durante a cópula. Mas Lilith quer inverter a posição e exercer a sua sexualidade de forma ativa, ficando também acima, por acreditar que tem o mesmo direito. Como Adão se nega a reconhecer a igualdade entre eles, Lilith vai embora e se nega a voltar mesmo após Deus enviar um mensageiro pedindo que reconsidere e volte para seu marido em condição de submissão.
Dessa forma, Lilith é amaldiçoada e passa a viver reclusa no deserto. A partir daí, vista como um demônio por algumas culturas, passa a ser temida e desprezada por ter sua imagem envolvida em rumores, lendas sobre convivência com seres trevosos, demônios, ataques sexuais noturnos a homens desprevenidos, enquanto Deus agora cria uma mulher que aceita a submissão a Adão, que vem a ser Eva.
Lilith contém em si a sabedoria, o acesso à arvore do conhecimento e da vida, o poder de escolha, a força de ação.
Aspectos positivos do arquétipo de Lilith (luzes)
Os aspectos positivos de Lilith geralmente são aqueles que contribuem para mudanças positivas e resultados esperados de justiça, igualdade e liberdade.
Alguns desses aspectos são:
Senso de justiça e igualdade de direitos
Lilith é naturalmente a representação da igualdade, porque foi criada juntamente com Adão e recebeu os mesmos direitos, poderes e deveres.
Coragem para agir diante de injustiças e desigualdades
Por conhecer a própria origem, o próprio valor e direitos, Lilith fala de igual para igual com quem quer que seja, de forma que não teme defender os próprios interesses.
Autoconhecimento
Lilith sabe do que gosta e não gosta, sabe como seu corpo funciona, sabe o que precisa e o que quer para se sentir bem. Ela tem consciência de suas qualidades, de sua luz e sombra e de suas capacidades e limites.
Conhecimento de sua origem divina
Lilith tem a clara lembrança e consciência de suas origens. O que lhe permite exercer seu poder de escolha e se colocar como centro de sua própria vida. Sabe que foi criada em igualdade com Adão e recebeu o sopro da vida. Ela nunca duvida de sua divindade e do seu poder.
Força interior
Por trazer consciência de sua própria origem divina, Lilith é dotada de uma força interior poderosa.
Independência afetiva e relacional
Justamente por sua autoconsciência e autoconhecimento, Lilith não depende do amor de Adão para se valorizar, mesmo sendo seu oposto complementar em gênero. Ela se autopreenche com sua sabedoria feminina e prefere ficar só a depender da aceitação do homem.
Independência material
Assim como não depende de Adão afetivamente, Lilith também pode viver sozinha buscando seus próprios meios de sobrevivência, para não precisar se subordinar às vontades de Adão.
Quando decide ir embora, ela não olha para trás, pois confia na própria capacidade.
Capacidade de adaptação
Justamente por escolher a liberdade, Lilith tem habilidade de se adaptar a uma vida de limitações diante de sua fuga para o deserto. Ali ela aprende a se associar aos animais e aprender com eles. Ela coloca sua liberdade como referência e objetivo e paga o seu preço.
Domínio do próprio corpo
Capacidade de sobrevivência a situações extremas
Sexualidade livre e saudável
Lilith tem conhecimento total do próprio corpo e da própria sexualidade, permite-se desejar e satisfazer suas necessidades e vontades sem preconceitos ou bloqueios, exerce a sexualidade a partir dos seus desejos e não apenas como coadjuvante no desejo do parceiro.
Associação com outros excluídos e minorias
Lilith se refugia no deserto e ali se aproxima e associa aos demais animais e seres excluídos, tornando-se parte de sua comunidade e formando sua rede de apoio.
Aspectos negativos do arquétipo de Lilith (sombras)
Os aspectos negativos de Lilith geralmente são aqueles que causam desequilíbrios, podendo levar a situações desagradáveis e até mesmo drásticas dependendo do grau de intensidade.
Não significa que toda mulher com uma Lilith ativa apresente tais características ou aspectos, mas essas podem ser tendências, e não necessariamente obrigatórias.
Eles podem acontecer principalmente quando Lilith se manifesta de forma natural, mas inconsciente. Ao conhecer essas tendências, é possível identificá-las ainda no início e reverter para comportamentos mais saudáveis.
Alguns desses aspectos são:
Revolta
Ao deparar-se com situações de injustiça e não encontrar uma forma de resolução, Lilith tende a se revoltar.
Isolamento
Por ser independente e prezar pela própria liberdade em primeiro lugar, Lilith pode se isolar mais do que o que se considera saudável.
Acúmulo de mágoas e ressentimentos
Quando diante de situações que se repetem, se somam ou se estendem por muito tempo sem resolução, Lilith pode guardar ressentimentos cumulativos.
Raiva
A raiva é uma das primeiras emoções manifestadas por Lilith quando percebe uma situação de injustiça. Trata-se de uma emoção importante para que ela acumule energia de ação. Porém, caso permaneça por muito tempo, pode causar mais transtornos do que soluções.
Ódio
Uma Lilith injustiçada, isolada, rejeitada e que perdeu muitas coisas em nome de sua liberdade, caso não trabalhe suas mágoas, pode desenvolver um sentimento de ódio e com isso prejudicar sua própria jornada em busca de uma vida plena.
Tendência a atitudes impensadas e precipitadas
Por ter uma personalidade reativa e autodefensiva, Lilith pode utilizar sua força acumulada de forma precipitada e irresponsável.
Descontrole diante das emoções
Lilith é pura emoção, puro sentimento, pura intuição. Uma Lilith que não aprendeu a lidar com suas emoções e sentimentos pode se comportar com pouco controle das palavras e ações.
Indiferença em relação ao masculino
Quando excessivamente exposta a explorações, abusos e injustiças, Lilith pode desenvolver indiferença em relação à figura do masculino.
Arquétipo, entidade ou Deusa?
Lilith é um arquétipo. Lilith não é uma deusa nem uma entidade, portanto, não necessita ser cultuada, adorada ou invocada como ser externo a se manifestar. Embora cada pessoa possa fazê-lo por vontade própria e dirigir-lhe o culto como acontece com muitos outros arquétipos.
Um altar levantado a Lilith seria, portanto, mais uma forma de trazer à consciência o arquétipo e ativá-lo dentro da própria mente de forma intencional.
Porém, na maioria das pessoas, em especial as mulheres, é possível que o arquétipo se manifeste naturalmente em períodos específicos da vida e do ciclo menstrual, podendo durar minutos, horas ou dias dependendo das alterações hormonais predominantes. O arquétipo também pode se manifestar em períodos de dificuldades com relacionamentos abusivos ou violentos, sejam eles de caráter afetivo ou não.
Quando ativa naturalmente, Lilith costuma trazer uma tendência à irritação e impaciência com situações de desrespeito, desigualdade ou diante da percepção de injustiça ou abusos, especialmente em relação ao masculino.
É quando Lilith está ativa que uma mulher tende a perceber aspectos indignos de seus relacionamentos e reagir a eles. Essas reações podem ser em forma de cobranças, questionamentos, posicionamentos mais firmes em temas que envolvem direitos e justiça. Podem também resultar em discussões e rompimentos.
Lilith pode ser ativa propositalmente e ser direcionada a objetivos específicos, como libertação de situações de desigualdade, injustiças ou abusos, ou para trazer à tona algumas características específicas.
Justamente por seu aspecto mais forte, a consciência da igualdade de direitos, Lilith pode ser considerada um dos arquétipos mais poderosos na luta contra o machismo e o patriarcado a nível de sociedade, como um símbolo de libertação de relacionamentos abusivos, violentos e tóxicos a nível individual.
Quando uma mulher se dá conta de que está sendo injustiçada, agredida, diminuída, humilhada ou ofendida, é sua Lilith que está se manifestando. Geralmente, essa percepção vem acompanhada de emoções fortes e desejo de libertação.
Dependendo das limitações ambientais, psicológicas, físicas e sociais, essa mulher buscará ou não uma forma de se libertar.
Caso tenha capacidade de lutar pela própria libertação, essa mulher receberá de sua Lilith a força e discernimento necessários.
Caso essa mulher não consiga se libertar, acabará reprimindo Lilith e ativando outros arquétipos mais condizentes com o que sua psique está familiarizada ou que a ajude a suportar a situação por tempo indeterminado.
Uma Lilith reprimida representa uma inércia diante da injustiça, uma tristeza profunda muitas vezes também não assumida, pois leva à paralização, anulação da própria vontade e aceitação do inaceitável. Uma mulher que reprime sua Lilith tem a tendência de ser submissa às imposições externas e pode ser vítima de abusos de todos os tipos.
Poderíamos dizer que uma mulher que vive em situação de abuso ou violência seria muito ajudada ao ativar conscientemente sua Lilith.
Porém, sabemos que algumas situações requerem ajuda externa, pois dependendo do tempo e da profundidade dos abusos, mesmo que se torne consciente de sua condição, uma mulher em situação de subjugação pode não ter recursos materiais, psicológicos e segurança para sair sozinha da situação. Mas tornar-se consciente pode ajudá-lá a buscar ajuda.
Quando mentalmente saudável e liberta, uma mulher pode ativar Lilith e direcionar os aspectos do arquétipo para o bem comum, a ajuda a outras mulheres, a luta pela igualdade de gêneros, a justiça social de modo geral.
Lilith não é um arquétipo que permane ativo por muito tempo. Ela surge em curtos períodos para trazer a capacidade de perceber injustiças, a sabedoria e o poder interior necessário para ações. Lilith é ação direcionada.
Como envolve muita força reativa, manter Lilith ativa por muito tempo pode levar a desequilíbrios e excesso de atividades muito focadas na luta, o que pode gerar exaustão ou problemas relacionais ou sociais. Pois estar no modo reativo por muito tempo não é saudável.
Lilith é um arquétipo nativo no inconsciente de cada ser humano e em especial nas mulheres, que mesmo quando inativo, permanece em estado de espera, oculto e muitas vezes totalmente reprimido, mas sempre está lá.
Como ativar Lilith
Lilth costuma emergir naturalmente no decorrer de situações específicas ou ciclos femininos geralmente durante a segunda metade da vida e em períodos mais curtos de acordo com as variações hormonais do ciclo menstrual. Porém, o arquétipo pode ser ativo propositalmente através do foco nos temas que ela domina e em sua mitologia. Estudar com profundidade sobre direitos de igualdade de gênero pode despertar os aspectos mais positivos de Lilith. Outra forma de ativar o arquétipo é se permitindo exercer a liberdade de escolha sobre o próprio corpo, a própria sexualidade e a própria vida. Enxergar em que pontos sua liberdade está sendo bloqueada e buscar a reparação ativa Lilith naturalmente.
O uso de imagens e seus símbolos também podem facilitar o foco e alinhamento mental com suas características. As transformações podem ocorrer lentamente por um tempo, mas como Lilith é um arquétipo que incita à ação, os resultados ou reações podem vir rapidamente.
Quanto mais se foca na ativação e prática de características do arquétipo, mais ele direciona para os demais aspectos, pois eles estão correlacionados.
Como desativar Lilth
Assim como todo arquétipo, uma vez ativo, ele passa a se manifestar de forma independente através da pessoa. Para desativá-lo, é necessário fazer o caminho oposto ao da ativação, reduzindo o foco nos temas em que ela domina, e ativando outros arquétipos.
Na maioria das vezes, Lilith fica ativa naturalmente por reação ao meio ou ciclo hormonal feminino. Ela é parte natural da psique feminina. Quando percebida, precisa ser ouvida. Pois Lilith surge como um alerta para um desequilíbrio ou injustiça. Um exemplo de sua ativação natural seria um antivírus de computador, que soa um alarme a qualquer sinal de invasão. Uma vez identificada a sua mensagem, Lilith precisa ser acalmada com um plano de ação, para que não venha a despertar uma reação automática sem a devida precaução sobre possíveis consequências e desdobramentos. Pois Lilith incita à ação, e quando uma ação necessária não é tomada, ela permanece inquieta.
Desativar uma Lilih sem que uma solução seja tomada, pode significar um risco à liberdade ou integridade da mulher. Portanto, ouvir sua mensagem e criar um plano de fuga ou defesa pode permitir que ela se tranquilize.
Símbolos de Lilith
Cobra - sabedoria, inteligência
Árvore: símbolo da sabedoria da vida e da morte
Coruja / asas de coruja / pés de coruja - conhecimento, profundidade, razão
Lua negra / lua nova - emoções, recolhimento, interiorização
Chicote e arco (usados para domar leões) - símbolos de domínio sobre o masculino desequilibrado/patriarcado/machismo/, ação direcionada.
Cores
Preto
Vermelho
Uma conclusão resumida: Isso não é sobre sexo
Embora o contexto da mitologia gire em torno da sexualidade, ela é apenas metafórica e simbólica, de forma que o arquétipo de Lilith não se refere ao sexo, embora também possa incluir o direito à própria liberdade sexual. O arquétipo de Lilith fala sobre a igualdade de direitos entre gêneros e como a mulher original negou-se a ceder à imposição de ser submissa às vontades do seu par, mesmo quando ele recorre à autoridade do seu criador, Deus, para intervir a seu favor, o qual o faz sem questionar.
Esse resumo de conclusão não pode e nem pretende ser um fim para a publicação, mas apenas um início, pois é a partir dela que partimos para uma reflexão mais aprofundada, e ela precisa ser feita em um formato que permita um conteúdo mais extenso. Por isso, espero que quem chegou até aqui, possa também buscar e se apaixonar por Lilith, convidando-a para sair. Porque ela não pode entrar onde já está. Ela está dentro de cada ser humano e aguarda a oportunidade de se manifestar em todo o seu esplendor.
Eu continuarei complementando esse material, e caso tenha interesse em saber mais, por gentileza role a tela até o fim e leia as notas de rodapé.
Lilith e a Lua: a pintura
Após identificar o arquétipo de Lilith ativo em minha própria psique, ingressei numa jornada de pesquisas e aprofundamento sobre os seus principais aspectos e me apaixonei por ela. E através dela, pelo meu próprio aspecto lilithiano. A descoberta de Lilith também foi um processo de autodescoberta, e muito do que escrevo, embora ainda não publicado, vem através do meu aspecto Lilith, como se ela falasse através de mim, porém, sem me invadir, mas me transferindo sua sabedoria e poder invioláveis.
Permitir que ela se manifestasse sem o peso dos julgamentos ou moralismos aos quais somos expostas o tempo todo vivendo numa sociedade estruturalmente patriarcal e machista, foi mais um passo rumo à minha liberdade de ser quem vim ser.
E na minha ânsia de expressar essa minha paixão por esse arquétipo, entre tantas outras formas, me permiti representar através da pintura numa tela uma Lilith mais humana, a mulher que vive no deserto, mas que tem por companhia sua própria força, sua própria autoconsciência e consciência de sua origem divina.
Lilith observa o vale à sua frente, de cabeça erguida e olhos atentos, como se estivesse se preparando para mais uma batalha, porém, sem medo algum. Ela sabe o poder que possui. A mulher divina original.
A mulher profundamente humana e inquestionavelmente divina.
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Notas de rodapé
Nota da autora 1:
Esse material não está finalizado e poderá ser modificado e editado constantemente de acordo com o surgimento de novos dados ou percepções.
Nota da autora 2:
Este é um conteúdo de caráter filosófico produzido a partir da percepção, experiência e pesquisas individuais da autora e vista contribuir com a busca pelo autoconhecimento e expansão de consciência.
Esse material não deve ser utilizado como base de estudos científicos ou apoio para questões psicológicas ou sociais. Situações de violência física ou psicológica precisam ser atendidas por autoridades, organizações de apoio e profissionais preparados para o assunto.
Se você estiver numa situação como essa, busque ajuda.
Nota da autora 3:
Não é permitida a reprodução desse conteúdo, em partes ou o todo, sem o consentimento prévio da autora. Não hesite em entrar em contato e expor sua solicitação.
Nota da autora 4:
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